Andre Berto / DivulgaçãoCasas destruídas, crianças desesperadas e ensanguentadas e adultos moribundos sendo socorridos por militares melancólicos em uma cena cinematográfica que parece ter saído de uma cidade africana após um ataque terrorista ou uma disputa de etnias, mas a tragédia é transmitida por telejornais e não foi nas terras de Robert Mugabe (Zimbábue), mas sim no Haiti que como cantam Caetano e Gil “O Haiti é aqui, o Haiti não é aqui”, mas na verdade é logo ali.
E logo ali Andre Berto, atleta olímpico do Haiti em 2004 tem sua família, o rapaz é americano, mas suas raízes foram despeçadas e entre elas está sua família. O jovem campeão pode derrubar uma montanha de músculos com murros, mas não pôde salvar sua nação amada, comemora pelo menos a sobrevivência da irmã, mas sente o peso do sofrimento dos outros.
“Boas notícias. Minha irmã mais velha foi encontrada hoje, junto com sua filha”, postou pelo microblog twitter e por esse aparato tecnológico encontra maneiras de auxiliar seus entes queridos, em meio a sua dor. “Sua casa foi destruída e muitos familiares estão desaparecidos”.
O país já sofre com guerra civil, pobreza e doenças e com o terremoto estima-se que tenham morrido aproximadamente 100 mil pessoas – entre eles brasileiros que estão para ajudar na revitalização da pátria –. “Meu coração ainda sangra quando ouço o choro do meu povo do Haiti, toda vez que fecho meus olhos. Que Deus esteja conosco”, finaliza Berto que ainda tem no dia 30 uma defesa de seu cinturão da categoria meio-médio contra “Sugar” Shane Mosley.
